Monday, November 19, 2007

Metalinguagem – Assaltaram O Estado


Bom, está na moda ver famosos publicarem no próprio weblog situações de perigo ou de violência pelas quais passaram. Não serve de muita coisa, mas a internet é democrática e dá essa possibilidade de expressar-se com poucas restrições. Não sou famoso, nem a situação foi bem comigo, mas envolveu a empresa na qual trabalho e um colega. Já está na mídia e não é mais segredo pra ninguém.

Estamos acostumados a noticiar e ver assaltos, mortes, tiroteios, seqüestros, enfim, violência - é, “acostumados” talvez não seja a melhor expressão, - mas acontecer conosco ou com alguém próximo é sempre mais traumatizante. Uma verdadeira metalinguagem jornalística, e nada agradável.

Por volta de 15 horas de ontem (19), um funcionário do jornal O Estado (nome preservado, pelo menos aqui), que saía do banco com o ordenado quinzenal dos funcionários do veículo de comunicação, foi atacado por dois homens armados de revólver em uma ação rápida e audaciosa em frente à empresa na Aldeota.

Segundo o outro colega de trabalho que estava junto no transporte, os bandidos dispararam dois tiros contra o primeiro, acertando um disparo no pé, mas este já foi medicado no Instituto Doutor José Frota e passa bem - o mais importnte. Na fuga, seguranças de uma das casas vizinhas reagiram com tiros contra os assaltantes, que estavam de coletes a prova de bala, mas conseguiram fugir e levar cerca de R$ 22 mil, conforme informações oficiais. Estão divulgando por aí R$ 30 mil.

Um detalhe chamou a atenção. O funcionário que carregava o dinheiro tentou, heroicamente, ao mesmo tempo indevidamente, jogar o envelope com a quantia para a parte de dentro do Jornal na tentativa de evitar o assalto. Em vão. Os bandidos invadiram o pátio de entrada e pegaram o almejado envelope. Almejado por ele e pelos funcionários também. De qualquer forma, saber que nosso colega de trabalho já estava bem e fora de qualquer perigo é confortante. Poderia ter sido muito pior.

Os comentários insanos, mas possíveis, de que pessoas do próprio banco ou da própria empresa teriam repassado informações sobre datas de recebimento deixaram alguns mais inquietos. Inquietos e inconformados em imaginar essa possibilidade. Mas não se pode descartar o fato. Senão, vejamos. Ninguém sai de moto com colete a prova de balas, armado e em dupla para dar uma volta na nossa Fortaleza Bela. A não ser que fizessem parte do Ronda do Quarteirão, mas isso já está parecendo uma fábula, um conto, uma história de pescador. Se estavam com todo esse aparado, sabiam o que os funcionários transportavam, onde foram sacar o dinheiro e para onde eles iriam. Claro! Isso é óbvio.

Do contrário, teríamos uma nova modalidade de crime: os bandidos saem motorizados e preparados para seguir alguém que eles escolhem no “par ou ímpar”, têm uma visão biônica e conseguem ver o que as pessoas estão transportando e, a partir daí, assaltam. Moderno, né?

Outra possibilidade, completamente possível, ... ah, deixa pra lá, não sou Polícia. O certo é que falar de que não temos segurança é um clichê, está banalizado e ninguém sabe mais o que fazer. Longe de deixar pra lá por conta do desespero, o assunto deve ser discutido com atenção especial na nossa cidade. Conhecem o Rio de Janeiro né? Já me disseram, e não foi um comentário isolado, que Fortaleza é o Rio de alguns anos atrás. Manca? É osso, mas é isso!

Por Andreh Jonathas

4 Comments:

At 7:20 PM, November 19, 2007 , Blogger Georgia Santiago said...

Que Deus abencoe os meninos, que uma hora dessas devem agradecer a Deus por suas vidas. Obrigada Senhor.

Andreh, tu escreve bem oh :P tah esperei que soh mas valeu a pena.

Aos meus amigos queridos do jornal O Estado, "fam�lia" a qual pertenco, o meu sentimento de que todos ganharam nova vida, agradeco a Deus por cada um.

Ao nosso amigo votos de melhoras.

beijos Andreh,
Georgia Santiago

 
At 7:40 PM, November 19, 2007 , Anonymous Anonymous said...

É foda essa metalinguagem... num momento, os repórteres estão alí olhando o relatório d ocorrências online, tão alheios àquela mistura d letras, nomes de pessoas que foram assassinadas, números de placas de veículos roubados e, d repente, uma coisa dessas fica tão próxima - ao ponto de se voltar a ler o boletim d ocorrências com gosto d vinagre na boca.
Graças a Deus seu Ribinha não se machucou mais. Eu o vi assim q ele chegou no IJF, tão calmo q nem parecia q tava com um corpo estranho entranhado na sua carne - até me contou como tinha sido, mesmo atrasando a triagem do hospital.
Agora, pelamordideusu, pq esse povo não muda essa forma d pagamento? Como é q faz uma pessoa sozinha ir no banco e sair com R$ 22 mil reais? Isso é quase insano na Fortaleza d saidinhas bancárias e outros crimes. Alguém diz praquele povo dar um jeito nisso, pq só mudar d banco, d rota ou d carro não dá jeito.
Bjos e melhoras pro seu Riba!

 
At 7:46 PM, November 19, 2007 , Anonymous Anonymous said...

É absurdamente triste a sensação de impotência diante dos olhos...De não poder fazer NADA...

Pois bem, acredito que esse deve ser o sentimento de cada funcionário ali do jornal O Estado após o triste episódio ocorrido na tarde de ontem.

A revolta ainda é maior, não por terem levado o dinheiro do pagamento, mas, acima de tudo, por em um ato "audacioso", como você menciona Andreh, terem baleado "um companheiro" nosso!

É..Acho que o dia de ontem vai ficar marcado na memória cinzenta do jornal O Estado...Infelizmente, a insegurança é a pior prisão do mundo moderno!

beijos Andreh,

Lívia Barreira

 
At 3:37 AM, November 20, 2007 , Blogger Andreh Jonathas said...

Poisé, pessoal, vai ficar na memória mermo, mas espero que como uma lição.´

Ainda estou pesquisando, mas já ouvi falar que, a partir de uma certa quantia retirada do banco, é possível ter escolta policial gratuita e de direito. Se isso for verdade, é preciso popularizar isso, porque Fortaleza está se transformando em um verdadeiro curso superior em criminalidade. É!

 

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