Choro
Quando a vergonha toma conta da cara, o melhor mesmo é assumir que chorou além da conta. Nem aquela amiga atriz do teatro chorou tanto no ensaio de uma cena. Nem a verdadeira mãe viúva chorona chorou tanto.
O problema é quando não se sabe o que fazer para cessar o choro, engolir o choro. Não depende mais de mim. Força? Ela chega depois, mas não antes de descarregar toda a precipitação de água com sal dos olhos.
Limpar o cristalinho tudo bem, mas não dá para enxaguar a visão até cegar. Não quero ficar cego. Não sou cego! Não dá! E se o choro vale a pena, porque não chorar? E se a lágrima é digna e verdadeira, porque não autorizá-la a escorrer? Acima de tudo, deixar os olhos vermelhos. Da cor da nobreza, da cor do sentimento.
Avante com o suspiro, avante com o soluço, que começa... e termina; começa... e termina; começa... e não termina mais. E se for preciso eliminar as imagens mentais e materiais, como farei? Talvez o líquido salgado e valente derreta as lembranças.
Descarregar baldes de choro é necessário, é sincero, é vergonhoso, é vitorioso. Só não quero, não aceito, que aqui valha a máxima: “Quem não chora, não mama”. Decepção não mata, mas ensina a viver. Recomeço.
Colaborou Alina Albuquerque, com a frase em negrito
6 Comments:
Muito bom esse texto..
Tem dias q eh desse jeitim ai..
Bjo Andreh!
Lindo o texto e claro obrigada pela homenagem.
Quando ja lhe disse TUDO PASSA amiga meu. xeroooo
Nossa... e para quê tanta lágrima!?
Mas acho digno o choro, acho as lágrimas sinceras formas de demonstrar... seja felicidade, seja decepção!
beijãoooo, sempre lindos textos!
Bom, o choro faz descarregarmos o que sentimos plenamente.
Adorei!!!
Lindo texto!! Ser transparente, sincero e digno acima de tudo! Para todo fim um recomeço!!!
Bjo graaande!!
Marina Bezerra
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